Nov 2, 2009

Aquele que coleciona memórias. . .


Meia-Noite. O mundo resta silente. A lua não brilha mais. Terá a Lua perdido sua memória? Esqueceu-se de seu fulgor. Triste, lamentável até, quando por apenas uma falha, o universo muda. Quando a confiança daqueles que eram puros torna-se dilacerada pelos tortuosos caminhos do destino. Então, nos vemos, mas não nos reconhecemos, posto que não sabemos ou temos receio de saber sobre o que espreita à sombra, sobre o que deixamos para trás, sobre o que ainda há para ser combatido.

A bela Lua tem consciência de seu brilho, de sua importância, mas, apesar disso, ainda insiste em não brilhar. Em alguns casos, a mera idéia racional do saber, da importância em si, não é suficiente. De que vale a razão sem o contra-ponto emotivo? Embora a racionalidade seja provida de conquistas, assim também é com a emoção. Como resgatar um sentimento? Como conferir segurança àqueles que se recusam a brilhar? [...] O escuro então impera. Sentimentos de luto e de mudança se agitam, trazendo novo alento a corações cansados por batalhas contra si mesmos. Por mais eterna, entretanto, que a noite possa parecer, sempre há de surgir um novo dia.

As lâmpadas da rua, únicos pontos luminosos dessa noite densa, piscam. Um aviso fatalista. Sussurros e lamúrios. Mas logo aparecerá a alvorada. Deve-se esperar pelo nascer do dia? Deve-se pensar em uma nova vida? Sei que devo partir. Agora, sinto-me assim também. Quando o amanhecer se aproximar, essa noite será apenas uma memória, e um novo dia surgirá.

Entenda-me. É tão fácil me abandonar, me deixar com apenas uma memória de dias ensolarados. Eu facilito esse tipo de comportamento, embora com ressalvas. Se você me entender, você vai sentir a essência da felicidade. A estrada encurtará, e encontraremos ao final dela quem nascemos para ser, o doce resultado de nossas decisões.
E com isso, nós. . . Oh, mas olhe. . . O dia já nasceu.

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