
Eu tive um sonho há tempos atrás. Sonho que se converteu em anseios de alterações profundas na realidade em que me encontrava imerso. Sonho demorado. Sonho longo. Sonho profético. Sonho que, apesar dos pesares, não pode ocorrer.
Sonhei com a vida. Com a minha.
Sonhei que amizades nunca morreriam.
Sonhei com Deus, e com seu perdão.
Até então eu era jovem e destemido, e meus sonhos eram feitos, usados e desperdiçados. Não havia, entretanto, resgastes a serem pagos. Nenhuma canção silente. Nenhum vinho não sorvido. Todas as ocasiões eram aproveitadas, todas as estrelas brilhavam.
Até que caiu a noite, e com ela eles chegaram [...] com vozes suaves como o mais relegado trovão, despedaçando esperanças e transformando sonhos alheios em vergonhas próprias. A escolha reside na aceitação, ou não, de verdades já provadas pelas efêmeras sombras do passado. O sacrifício de se optar. A exclusão da escolha. Uma história onde o Amor se converte em maior vilão. E as tão aparentemente sólidas relações são estilhaçadas sem dó nem piedade. Sem consideração.
Mas eu ainda sonho que as coisas vão melhorar. Sonho que tudo voltará ao normal. Que o glorioso passado se transforme em base para um futuro próximo. Onde escolhas não sejam necessárias. Onde provas sejam apresentadas, e cumpram seu papel de manter a segurança. A confiança. Eu ainda sonho que não existem abismos, que iremos nos reencontrar e que vamos viver nossas vidas juntos.
Mas há sonhos que não podem ser.
Há tempestades que não podemos prever.
Eu sonhei que a minha vida seria. . . tão diferente deste inferno que eu estou vivendo.
Tão diferente daquilo que parecia.
E agora a vida matou
o sonho que eu sonhei.
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