Mar 18, 2008

Aquele que usa máscaras


Persona é, por definição, o nome dado a máscaras do teatro grego quando da utilização de personagens distintos. Por ser algo de extremo prestígio na sociedade grega, e por ser uma sociedade tipicamente patriarcal, as mulheres eram, logicamente, vetadas de participar. A solução é chata e sem graça. Isso mesmo, homens, com personas, fazendo papéis femininos. Sim, mas por quê a definição de papéis do teatro grego é importante? Simplesmente porque a noção de persona, o cerne de máscara, permeará diversas áreas do conhecimento humano, sendo importante como pedra basal da Teoria dos Personas de Jung. Calma, prometo que explico.

Carl Gustav Jung pode ser apontado como o pai da psicanálise analítica, uma especificação da psicanálise freudiana, um outro ramo. Enquanto Freud concentra os problemas e qualidades do indivíduo em sua parcela sexual, Jung focaliza-se no aspecto social, atribuindo a psiquê humana como produto final de uma modelagem tendo como agente ativo a sociedade em si.

Segundo a Teoria dos Personas, cada um de nós empunha brava e constantemente personas diferentes com finalidades diferentes. Jung ousa ao dizer que nunca conheceremos alguém desprovido de todos as suas máscaras sociais, nem nós mesmos. É desse mote que deriva o célebre adágio popular que afirma que "ninguém conhece ninguém".

Jung nos diz ainda que sem o advento dos Personas, a convivência seria impossível. A sinceridade extremada, a lealdade radical, o serventismo disfarçado, todas essas formas exageradas de se portar são dosadas pelo uso constante dos Personas.

Qual o ponto nocivo da adoção de Personas sociais? Simples, a maior fonte de problemas humanos: o exagero. Ao vestirmos máscaras que se chocam entre si, retiramos das mesmas o sentido que as condiciona existência. Por isso que epítetos sonoros como falsidade e deslealdade encontram eco na razão social.Somos condicionados a vestir as máscaras, para tornar a convivênvia mais conveniente. As regras de etiqueta nada mais são do que a materialização premente desses Personas.

O triste dessa história toda é não possuir a noção de identidade... não deter conhecimento sobre si próprio, posto que vivemos sob influência direta de um órgão que nos define e nos orienta: a sociedade. Portanto, não se pode dizer quando nós agimos, se agimos por volunta ou se agimos por accepience. Quantos de nós não nos questionamos? Quantas vezes tomamos atitudes que não nos são caracterísitcas? Até que ponto podemos dizer que existimos como indivíduo, em vez de coletivo? São perguntas retóricas que têm por finalidade ilustrar o abismo do auto-conhecimento em tempos onde conhecer nunca esteve tão demodé. Conhecer demanda tempo, experiência e sabedoria. Respondam vocês... são por esses trajetos que estamos caminhando?

1 comment:

Unknown said...

olhaaaa
filosofandooo
kkkkkkkkkkkkkkk

ADOREIII
=D

beijossss