Mar 30, 2008

Aquele que rebela


Qual a coisa mais importante que você possui? Qual a coisa que, independente das ações alheias, não se altera? Qual a única coisa que a sociedade não pode tirar de você, e que lhe confere identidade? A sua noção de verdade. A sociedade, seus amigos, as pessoas próximas tentam, debalde e inconscientemente, transplantar a própria noção de verdade pessoal em algo universal, o que se configura em um oxímoro gritante. Não se pode conciliar algo pessoal com o multifacetado valor social, apenas tenta-se adequá-lo. Portanto, o estilo de vida de alguém identifica-se com a grandeza primordial de sua identidade personal - o seu conceito de verdade.

Quando uma pessoa se recusa a renegar a sua verdade, seu único valor idôneo, ocorre um massacre psíquico que pode ser verificado em muitas épocas. Os negros, os índios, os deficientes, os homossexuais, as mães solteiras, as não-mais-castas, todas essas subdivisões humanas já sofreram pela ira social concentrada contra suas diferenças.

Viver por regras ditadas pelo seu próprio juízo de valor é o que nos traria a tão estimada socialmente felicidade? Um rebelde é mais feliz que um certinho? Isso depende da valoração de verdade de cada um. Dessa forma, a sua vida deve ser guiada por uma adequação constante nas esferas da vida envolvendo as normas sociais em auxílio a suas normas pessoais. Em outras palavras, a ética e a moral, como ramificações de uma verdade culturalizada nada mais são do que a dedução lógica desse silogismo: fazer o que penso ser certo, independente do que os outros achem. É isso que nos confere personalidade... é isso que nos torna diferentes e interessantes.

Viver a vida sem a conciliar com a sua verdade é simplesmente não viver. É existir. Não me entendam mal, o egocentrismo nunca foi minha praia, todas essas formas de relação sempre terminam com um caído. Mas eu não vejo erro em tentar. A tentativa por si só é louvável... apenas a insistência é estéril. Eles dizem que eu sou louco. Mas eu realmente nem ligo. É esse o modo que eu vivo, é esse o meu modo de encarar a vida. Todos temos um modo de vida diferente, o modo pelo qual encaramos as vicissitudes da mesma.Não precisar de permissão, tomar a sua própria decisão, essa relativa independência é vista com maus olhos numa sociedade extremamente tutelar. As asas da possibilidade são cortadas antes que as mesmas consigam ruflar apenas uma única vez. Quem quer viver assim? Sendo condicionado por normas esdrúxulas cujo significado não nos cabe entender, posto que não temos a propriedade etária necessária? Portanto, a todos vcs que são jovens, é essa a hora de viver de acordo consigo mesmo. É essa a hora de fazer loucuras, antes que nos tornemos aquilo próprio que tememos: adultos repressores presos indelevelmente na eterna girândola vital. O momento de ser rebelde chegou... aproveitemos antes que ele passe.


=D

No comments: