Mar 29, 2008

Aquele que se fixa


Há pessoas e pessoas. Há pessoas que simplesmente trazem felicidade a sua vida, alegria e outros sentimentos positivos. Há pessoas, por outro lado, que nos presenteiam com angústia, terror, confusão. Como perceber com qual tipo de pessoa você está se deparando? Como prevenir as pessoas que não nos acrescentam sentimentos positivos? Simplesmente não devemos evitar. Simples assim. Por mais inimaginável que possa soar, todos que passam por nossas vidas deixam marcas, mesmo que efêmeras. A profundidade da marca é relacionada com a intensidade das coisas vividas por ambos. Não falo grupo, pois acredito que em um grupo, sempre há atomização. Sempre há subgrupos. Se você nunca percebeu isso, sinto informar que eras excluído(a).

Qual o sentimento mais intenso que existe? qual o sentimento mais provável de deixar a maior marca? Bem, errou quem apostou no amor. Que coisa horrível de se dizer. Será que há pelo menos uma categoria no Universo em que o Amor não seja o campeão? Sim, há. Toda essa busca incessante por amores eternos, almas gêmeas e coisas do tipo nada mais são do que fugas para realidades alternativas permitidas pela sociedade. Muita informação né? Vamos por partes.

O próprio cerne de "alma gêmea" é ridículo. Deriva de uma antiga lenda romana sobre os gêmeos Castor e Póllux... aqueles mesmos que vcs estão se lembrando agora. Irmãos gêmeos, porém com status diferentes... um era um Deus e o outro mortal. A história se desenrola até o ponto em que Póllux morre e vai para o mundo dos mortos, enquanto Castor se deliciava no reino dos céus. A tentativa eterna de Póllux de sair dos infernos e ascender aos céus é que deu origem a essa tolice de "alma gêmea". A mesma questão é abordada sob um aspecto distinto se olharmos a cultura oriental. Lao Tse, um dos fundadores do Taoismo, ou Escola de Dao, prega que o segredo da felicidade não é o Amor, nem a Alma gêmea... nem nada do gênero. A felicidade consiste no equilíbrio. O yin e yang se equilibram e mostram o caminho da felicidade. Adaptando essa idéia pro campo amoroso, temos simplesmente uma informação. Antes de ser capaz de amar alguém, deve-se amar a si próprio.

Por isso, vos digo que o sentimento que mais deixa marcas é a decepção. Se decepcionar com alguém vai de encontro com todos os planos e idéias anteriormente definidos. Normalmente as pessoas permitem a ilusão, até as incentivam, o que não exime o iludido de culpa. Se entramos no jogo, devemos jogar conforme as regras. é assim que funciona. Não podemos, é claro, alterar as regras ao nosso bel prazer. Uma vez fincada as leis, devemos respeitá-las, posto que é para isso que elas existe, apesar de conhecer pessoas que cogitam o oposto. Portanto, se vc vive de acordo com suas próprias regras, seus valores, não vale a pena jogar tudo isso fora simplesmente pra ostentar marcas.

Mas, se todo sofrimento pode ser evitado, se todas as dores podem ser curadas, pq temos que passar por isso? Pq isso acontece conosco? O nível de maturidade que possuímos depende do nível de dor que aguentamos. Buda dizia que sofrer era crescer e não podia estar mais certo. Quando erramos, pagamos por nossos erros, e aprendemos. Quando algo de ruim acontece, começamos a questionar nossos antigos valores. Nos forçamos a evoluir. Por isso, eu aviso: antes de reclamar das inúmeras marcas que deves possuir, antes de reclamar das cicatrizes deixadas pela vida, lembre-se que o mais triste dos guerreiros é aquele que nunca se feriu, justamente pq nunca foi guerreiro.

=D

2 comments:

Rafa said...

...
msm assim 2+2=4

Unknown said...

Finalmente encontro algo em q concordamos!Além,é claro,q vc é belo!
ótimo texto.